Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Luiz Roberto Morais: "Andiroba: óleo e um dos repelentes ecológicos de combate à dengue e outros insetos transmissores de doenças"


Carapa guianensis, também chamada de Karaba ou Crabwood, é uma árvore alta, frondosa, bonita, de folhas alongadas, com pequeninas flores brancas. É característica da região amazônica, em especial no Amapá, Acre e Pará. Seu tronco pode chegar a 1,20 m de diâmetro e a sua madeira é uma das melhores para todo o tipo de construção, inclusive naval, por uma razão curiosa: a andiroba é inatacável por insetos.
O óleo extraído de sua semente é usado tradicionalmente pela população local e pelos indígenas para fricções sobre tecidos inflamados, como repelente de insetos ou fago-repelente (antifeedant). Fago-repelentes são substâncias que quando experimentadas em insetos, inibem de forma permanente ou temporária a sua alimentação. Os índios Mundurukus usavam o óleo de andiroba para mumificar a cabeça dos inimigos. Os Wayãpi e Palikur, entre outros, usam o óleo para remover carrapatos e piolhos. Suas sementes são usadas contra picadas venenosas de cobras, escorpiões, abelhas e aranhas. Dão um óleo que não só espanta mosquitos como trata das picadas – além de servir contra vermes, protozoários, artrite, reumatismo, inflamações em geral, infecção renal, hepatite, icterícia, infecções do fígado, dispepsias, fadiga muscular, dores nos pés, resfriados, gripes, febre, tosse, psoríase, sarna, micose, lepra, malária, tétano, herpes e úlceras graves. É adstringente e cicatrizante de efeito rápido, bom para a malinha de primeiros socorros.
As folhas e a casca são usadas para fazer um chá que tem poderosa ação diurética e limpa rins e bexiga. É carrapaticida. Parasiticida. Estão sendo testadas contra o câncer.

Extração do óleo:
O método de extração artesanal é muito primitivo, mas funciona: as sementes que caem das árvores ficam boiando nos rios e igarapés; são recolhidas, fervidas e deixadas de lado até a casca apodrecer; em seguida, são espremidas no tipiti. Cada árvore dá 200kg de sementes por ano e 6kg de sementes dão 1 litro de óleo de andiroba. Do bagaço são feitas bolas que ficam queimando para afastar os insetos. Foi assim que começou a pesquisa da Vela de Andiroba.

Vela de andiroba:
Em 1996, o químico Luiz Roberto Barbosa Morais, que atuava no Amapá, resolveu misturar a fase sólida de andiroba – que faz parte do processo produtivo industrial do óleo em parafina – daí surgia a vela de andiroba. Ela é utilizada como repelente, sua queima não produz fumaça tóxica ou fuligem, não tem cheiro e a matéria-prima vegetal tem origem certificada pelo IBAMA. Resultado de pesquisas realizadas na Fiocruz, o dispositivo na forma de vela é capaz de volatilizar substâncias presentes na semente de andiroba, limonóides que ficam mais na fase sólida da semente de andiroba (Carapa guianensis Aublet), durante um período suficiente para afastar insetos hematófagos, como por exemplo, mosquitos dos gêneros Culex, Aedes Anopheles, piuns ou borrachudos (simulídeos). A vela, ao ser queimada, exala um agente ativo que inibe a fome do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue e também vetor da febre amarela, conseqüentemente, reduz a sua necessidade de picar as pessoas. Os testes revelaram uma eficiência de 100% na repelência do mosquito, resultado jamais encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate do mosquito.
O produto, desenvolvido pelo Instituto Far-Manguinhos (da Fiocruz) a partir da fase sólida da andiroba, possui um laudo do Laboratório de Biologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, atestando uma eficácia de 100% na repelência do mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela e da dengue. Hoje a Amazon Oil, empresa que produz a fase sólida de andiroba em um processo totalmente modificado da patente original, produz também tijolos naturais com alta concentração de limonóides, que são aglutinados pela gordura de ucuúba e que age como uma parafina vegetal.

Luiz Roberto Barbosa Morais é engenheiro químico (www.amazonoil.com.br)
Rua Cidade de Gurupá, 19, Levilândia – CEP 67015-680 Ananindeua PA
Fone/Fax (91) 3237-2231 – cel. (91) 9170-6300/8110-8082/8840-8834

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